Seguranças de número 2 da milícia de Zinho são presos em ação conjunta da PF e PM

Os presos eram responsáveis pela segurança do miliciano Pipito, que recém assumiu o cargo de vice-líder da maior milícia atuante na Zona Oeste do Rio de Janeiro


Rio de Janeiro/RJ - Na manhã desta sexta-feira (27/10), a Polícia Federal, em ação conjunta com a Polícia Militar do Rio de Janeiro (PMERJ), efetuou a prisão em flagrante de dois homens responsáveis pela segurança de Rui Paulo Gonçalves Estevão, o Pipito, apontado como o novo segundo homem da milícia de Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho. Pipito assumiu recentemente o posto de vice-líder da maior milícia da Zona Oeste carioca, atuante nos bairros de Sepetiba e Nova Sepetiba.

As prisões foram efetuadas em uma residência situada na comunidade de Antares, em Santa Cruz, Zona Oeste do Rio, onde foram apreendidas uma pistola e um rádio comunicador que estavam com os presos.

Uma segunda residência, utilizada pelo vice-líder da milícia e situada na mesma região, foi alvo da ação deflagrada na manhã de hoje. No local, também foram realizadas diversas apreensões: 101 munições de calibre 5.56, seis carregadores de pistola e quatro carregadores de fuzil calibre 5.56; R$ 22 mil em espécie; nove cordões dourados, duas pulseiras douradas e um relógio de luxo; um par de algemas; dois celulares; dois cadernos de contabilidade; e uma bandoleira de fuzil.

A ação de hoje trata-se de um trabalho conjunto entre policiais federais com os policiais militares da 8ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar da PMERJ.

A participação dos presos na milícia em questão foi revelada após análise de materiais apreendidos e diligências realizadas no âmbito da Operação "Dinastia", deflagrada por PF e GAECO em agosto do ano passado, com o objetivo de desarticular a organização criminosa da qual os presos são integrantes.

A investigação denominada “Operação Dinastia” resultou na expedição de 23 mandados de prisão temporária contra suspeitos de integrarem a maior milícia do Rio de Janeiro, que atualmente domina os territórios da Zona Oeste da cidade. Os investigados são acusados de praticar os crimes de organização criminosa, tráfico de armas de fogo e munições, extorsão e corrupção.

Os presos foram conduzidos à Superintendência Regional da Polícia Federal no Rio de Janeiro para os procedimentos de praxe e posteriormente serão encaminhados ao sistema prisional, onde permanecerão à disposição da Justiça.

De acordo a polícia, Pipito entrou para a milícia em 2017, quando o grupo paramilitar era chefiado por Carlos Alexandre da Silva Braga, o Carlinhos Três Pontes.

Ele já foi um dos homens de confiança de Wellington da Silva Braga, o Ecko, tio de Faustão, morto esta semana em confronto com a Polícia Civil, e chegou a ser preso em 2018 com duas pistolas em casa. Pipito assumiu o lugar de Faustão. 

A morte de Faustão gerou protesto dos milicianos, que incendiaram 35 ônibus e um trem. Na denúncia da Operação "Dinastia", do Ministério Público e da Polícia Federal, Pipito era tratado como chefe da milícia na comunidade de Antares, em Santa Cruz.

A região é considerada estratégica pela milícia, e antes era dominada pelo Comando Vermelho. O tráfico de drogas, no entanto, continuou dando lucro para a milícia na região.

Em uma das mensagens interceptadas, Pipito aparece em conversas com um miliciano chamado Flex. No diálogo, ele pede auxílio para elaborar a escala das "guarnições" da milícia, responsáveis pelo patrulhamento da região de Antares.

Fonte: PF

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