CANAÃ| PF destrói maquinários e desmobiliza garimpos que poluíam afluentes do Rio Parauapebas

 A Operação "Águas Turvas" foi deflagrada nesta quarta-feira (31/8) e deu cumprimento a 14 mandados de busca e apreensão em Canaã dos Carajás, no sudeste do Pará 


Canaã dos Carajás/PA – Nesta quarta-feira ( 31/8), a Polícia Federal trabalhou na desmobilização de garimpos ilegais que poluíram afluentes do Rio Parauapebas, que bastece a cidade de mesmo nome, no sudeste do Pará. Diversos maquinários pesados foram apreendidos e inutilizados, assim como foram cumpridos 14 mandados de busca e apreensão.

A ação faz pare da Operação "Águas Turvas", deflagrada com participação de mais de 100 policiais federais, policiais rodoviários federais e servidores da Agência Nacional de Mineração (ANM), do Ibama e ICMBio.

Segundo a PF, durante meses existiu a extração de ouro na região, inclusive ao lado de uma linha de transmissão de energia elétrica, trazendo risco de blecaute em regiões inteiras do país. Foi cavado um túnel de extração de cobre abaixo de uma das torres, mas a obra foi abandonada pouco tempo antes da chegada da operação na data de hoje.

Os mandados de busca e apreensão foram cumpridos na região do Projeto Cristalino, no município de Canaã dos Carajás, também no sudeste do estado, em uma das Secretarias do Município e na residência de um dos secretários. As áreas de garimpo ilegal são próximo aos rios Cupu e Verde, afluentes do rio Parauapebas.

O Saaep (Serviço Autônomo de Águas e Esgoto de Parauapebas), que realiza análise constante da qualidade da água que abastece a cidade, detectou a contaminação de afluentes do Rio Parauapebas e informou ao ICMBio e à Câmara Municipal de Parauapebas por meio de ofício.

Descobriu-se que a contaminação vinha, em sua maioria, da atividade de garimpagem no município vizinho, Canaã dos Carajás. Representantes do Legislativo e do Executivo de Parauapebas tentaram identificar o ponto de origem do problema, mas a fiscalização teria sido prejudicada por um dos secretários de Canaã dos Carajás.

A partir da notícia-crime encaminhada pelo ICMBio acerca da devastação causada por áreas de extração ilegal de ouro, a PF abriu inquérito e iniciou a investigação. Foram realizados sobrevoos ao longo do rio, sendo possível constar a existência de inúmeras máquinas (retroescavadeiras, caminhões e outras), vários pontos de extração ilegal de minérios (predominantemente ouro, em menor quantidade, cobre) e modificação severa da cor dos rios – indicativo de atividade intensa de garimpagem. 

De acordo com a PF, tudo isso foi confirmado durante a operação de hoje, que segue em curso. Se confirmada a hipótese criminal, os responsáveis poderão responder por crimes ambientais, crime de usurpação de recursos da União (extração ilegal de minério), associação criminosa, dentre outros. As investigações seguem em andamento.


Fonte: PF

Fotos: PF

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