Servidores do Incra são afastados por esquema onde político lucrou 35.000% em venda de terreno da Reforma Agrária
Os servidores foram afastados na Operação “Usurpare”, deflagrada nesta quarta-feira (30/3) pela PF, no Mato Grosso. O prejuízo causado em razão das supostas fraudes pode superar o montante de R$ 15 milhões
Foram
cumpridos oito mandados de busca e apreensão, seis medidas judiciais de
sequestro de bens e duas ordens judiciais de afastamento de cargos públicos nas
cidades de Cuiabá (MT), Confresa (MT) e Cáceres (MT). Mais de 30 policiais
federais além de auditores da CGU participaram da ação.
De acordo
com a PF, as investigações tiveram início no ano 2021, com a análise do
material que foi apreendido na Operação “Tapiraguaia”. Descobriu-se
fortuitamente que determinado político da região de Confresa teria adquirido do
Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), no ano de 2018, um
imóvel destinado à reforma agrária pelo montante de mais de R$ 24 mil,
parcelado em 17 vezes sem juros.
Suspeita-se
que mais de 200 lotes que foram doados pela União ao Município de Confresa,
para fins de regularização fundiária urbana, a maioria destinada a pessoas de
baixa renda, tenham sido alienados pelo preço de 5% do valor venal, pelo mesmo
político da região, diretamente a uma empresa de titularidade da sua
companheira e aos seus familiares.
Estima-se
que o prejuízo causado em razão das supostas fraudes supere o montante de R$ 15
milhões. Dois servidores do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária
(Incra) são suspeitos de terem colaborado com a operacionalização do ilícito.
Se condenados, os investigados poderão ser sentenciados à pena de prisão de até 32 anos, consideradas as penas máximas dos crimes de corrupção passiva, corrupção ativa, estelionato, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro. A palavra em latim Usurpare remete à ideia de se apossar de algo sem ter direito.
Por Tina DeBord
Fonte: PF
Fotos: PF
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