MPF defende competência da Justiça Federal para resolver conflito de terra que envolve o Povo Tembé no Pará
Assunto será discutido em reunião em Tomé-Açu nesta sexta-feira (1º/4)
A Ouvidoria Agrária do Tribunal de Justiça do Estado do Pará (TJPA) vai realizar nesta sexta-feira (1º/4), em Tomé-Açu (PA), no nordeste do paraense, reunião para tentativa de conciliação em processo que tramita na Justiça Estadual e que trata de conflitos por terra entre a empresa de monocultivo de palma Brasil BioFuels (BBF) e comunidades indígenas e quilombolas do nordeste do estado.
O Ministério
Público Federal (MPF) discorda que os direitos territoriais indígenas possam
ser discutidos na Justiça Estadual. Segundo o MPF, esses direitos são tema de
competência federal e já há ação judicial na Justiça Federal. A Ouvidoria
Agrária do TJPA, que preside a Comissão Permanente de Monitoramento, Estudo e
Assessoramento das Questões Ligadas à Grilagem, também convidou para a reunião
representantes do Ministério Público do Estado do Pará (MPPA), da Fundação
Nacional do Índio (Funai), das comunidades e de demais envolvidos. A reunião
será no fórum de Tomé-Açu, a partir das 9 horas.
Direitos indígenas – O MPF acompanha o tema desde a
instalação do monocultivo de dendê na região, inicialmente realizado pela
empresa Biopalma, em meados dos anos 2000. A instituição aponta uma série de
ilegalidades do empreendimento, como a não exigência, pelo Estado do Pará, de
estudo de impacto ambiental e de estudo dos impactos aos indígenas para a
instalação do projeto.
O MPF também
alertou a Justiça Federal que áreas de plantio das empresas do monocultivo de
palma estão sobrepostas a áreas reivindicadas pelos Tembé para a ampliação das
terras indígenas. Essas áreas estão em processo de demarcação na Funai,
registra o MPF.
Além disso,
após comprar a Biopalma, a BBF descumpriu acordos que haviam sido feitos com os
indígenas, o que motivou uma série de protestos dos Tembé, relata o procurador
da República do caso, Felipe de Moura Palha e Silva. Ele frisa que a tática da
BBF de buscar a criminalização das comunidades não contribui para uma solução
pacífica do conflito.
Fonte: MPF
Foto: Divulgação
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