“Expedição Saúde por todo o Pará” leva equipe multiprofissional para atendimento em aldeia em Marabá

Os atendimentos de saúde nos territórios indígenas garantiram consultas, exames médicos e avaliações nutricionais, entre outras



O projeto “Expedição Saúde por todo o Pará” realizou atendimento na aldeia Krijoherekatejê, no município de Marabá, no sudeste do estado. A ação aconteceu no domingo (27/3).

O projeto é coordenado pela Secretaria de Saúde Pública do Pará (Sespa) em parceria com o Centro Integrado de Inclusão e Reabilitação (CIIR) e Universidade Federal do Pará (UFPA), com apoio do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI). "Está sendo um dia de muita alegria para nossa comunidade indígena. Estou muito feliz com a presença de vocês, que foram os únicos que vieram até a aldeia para nos trazer atendimento médico. Hoje, eu e meus filhos tivemos a oportunidade de sermos consultados, fazer todos os exames e ainda estamos levando remédios para tratamento. Esse trabalho é muito importante e nós precisamos muito dele. Espero que continue", disse a indígena Leuzilene Koixaru, da Aldeia Carajá.

O Centro Integrado de Inclusão e Reabilitação (CIIR) faz parte da expedição e é responsável pelo acompanhamento do crescimento de indígenas de 0 a 5 anos. Durante a “Expedição”, em Marabá, a equipe multiprofissional do CIIR, formada por fisioterapeutas, terapeuta ocupacional, nutricionista e fonoaudiólogos avaliou o desenvolvimento das crianças de aldeias cobertas pelo Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Guamá Tocantins.

De acordo com a coordenadora, Monizze Carleto, os serviços oferecidos pelo Centro Integrado de Inclusão são extremamente importantes para uma melhor qualidade de vida dos indígenas. “Viemos com fisioterapeutas para fazer as avaliações de disfunções musculoesqueléticas e identificar má formação e alterações neuromotoras nas crianças. Trouxemos também nutricionistas para fazerem avaliações nutricionais desses indígenas e fonoaudiólogos para realizarem o teste da orelhinha, para tentar identificar alguma alteração auditiva. Caso haja, o indígena pode ser encaminhado para fazer exames específicos e receber aparelhos auditivos. Já o terapeuta ocupacional é responsável pela triagem para identificar se há necessidade de órteses, próteses ou de dispositivos auxiliares como cadeiras de rodas e andadores”, explicou Monizze.

Segundo a coordenadora, as principais demandas encontradas nas aldeias estão relacionadas a problemas que precisam de fisioterapia, diminuição da acuidade auditiva, alterações neurológicas, necessidade de avaliação especializada e desnutrição. Outras demandas identificadas pela equipe, que façam parte das atribuições do CIIR, serão encaminhadas.

O indígena Katê Gavião, presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSAI) Guamá Tocantins, destacou a importância das ações e agradeceu pela iniciativa. "Vejo o quanto é importante pra gente que o governo esteja presente aqui. Essa é a primeira vez. Isso é o que a gente sempre quis. Já tentamos muitas vezes, mas nunca tivemos acesso a essas ações de saúde em nossa comunidade indígena. Como é bom ter esse acompanhamento de perto. Acredito que estamos vivendo um momento único e espero que esse trabalho continue e que possamos ter esses atendimentos ao menos duas vezes ao ano. Saúde é fundamental para todos”, frisou.

Entre os serviços assegurados pela “Expedição” estão atendimentos com clínica médica, exames laboratoriais (relacionados à bioquímica, à hematologia, de fezes e de urina), avaliação e aconselhamento nutricional, testes da orelhinha e da linguinha, avaliação de desenvolvimento infantil, entrega de kits de higiene bucal, testes rápidos de HIV, Sífilis, Hepatite B e C, exames de IGG, IGM e antígenos para Covid-19, orientações de saúde da mulher, criança e homem, além dos serviços sociais e de regulação.

Números da Expedição

Mais de mil procedimentos de saúde foram realizados na aldeia Krijoherekatejê. Um total de 140 indígenas receberam atendimento médico, 293 exames laboratoriais e cerca de 313 testes rápidos para Hepatite B e C, HIV, sífilis, malária, BAAR (pesquisa de micobactérias patogênicas) e antígenos para Covid-19 foram feitos, além de 38 avaliações em fisioterapia, 45 em fonoaudiologia, 27 em terapia ocupacional, 38 em nutrição e 66 em serviço social.

Na oportunidade foram entregues 100 kits de Saúde Bucal para as crianças, através da coordenação Estadual de Saúde Bucal.

 

 

Fonte: Agência Pará

Fotos: Paulo Gurreiro/Ag.Pará

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