Maduro é reeleito para terceiro mandato como presidente da Venezuela

Com 80% das urnas apuradas, resultado considerado irreversível pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), o chavista, que representa o Partido Socialista Unido de Venezuela (PSUV), recebeu 51,20% dos votos contra 44,2% do ex-embaixador Edmundo González Urrutia (Plataforma Unitária Democrática, centro-direita). Apesar de todo clima de tensão que existia, as eleições foram consideradas tranquilas



Caracas/Venezuela - O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, foi reeleito neste domingo (28) para seu terceiro mandato. Com 80% das urnas apuradas, o chavista que representa o Partido Socialista Unido de Venezuela (PSUV) recebeu 51,20% dos votos contra 44,2% do ex-embaixador Edmundo González Urrutia (Plataforma Unitária Democrática, centro-direita).

Mais de 59% dos eleitores aptos a votar compareceram às urnas, um número recorde no país nos últimos anos, onde o voto não é obrigatório. 

Reeleito, Maduro terá agora mais seis anos no governo e se tornará o presidente mais longevo da história da Venezuela. Com a vitória, Maduro dará continuidade a um projeto iniciado pelo ex-presidente Hugo Chávez em 1998. De lá para cá, o chavismo se consolidou enquanto linha político-ideológica da Venezuela e, pela 7ª eleição presidencial seguida, conquista os votos para mais um mandato. A diferença, dessa vez, ficou por conta da disputa pelos eleitores.

A eleição de Maduro foi uma das mais difíceis para o chavismo nos últimos tempos. Depois de ter passado por seis anos pela maior crise econômica do país, a Venezuela chegou ao pleito em uma recuperação que foi crucial para a vitória de Maduro. Os principais argumentos do governo foram a queda da inflação e a estabilização da moeda local, o bolívar, mesmo sofrendo um bloqueio econômico imposto pelos Estados Unidos, com mais de 900 sanções impostas contra setores estratégicos.

Com isso, o presidente conseguiu dar a volta por cima em um dos períodos mais tensos dos últimos anos do governo e garantiu a reeleição. Agora, Maduro terá pela frente dois desafios: negociar o fim do bloqueio com os Estados Unidos e reconquistar a confiança de parte da população. 

Eleição- Apesar de todo clima de tensão que existia, as eleições foram consideradas tranquilas. A corrida às urnas começou ainda de madrugada.

Pela manhã, as filas já eram grandes nos locais de votação. Maduro mandou fechar as fronteiras da Venezuela, o que dificultou o acesso para votação de venezuelanos refugiados ou que moram em países vizinhos. 

Sem acesso terrestre, pescadores se mobilizaram e levaram de barcos vários eleitores que moram em localidades fronteiriças para votar. O comparecimento às urnas foi considerado recorde.

Muitas famílias votaram juntas e depois tomaram as ruas para celebrar, gritando o nome de María Corina e Edmundo Gonzáles, assim como de Maduro. Corina é a principal opositora de Maduro.

Pelas redes sociais, devido à demora na divulgação do resultado, a oposição publicou que poderia estar havendo manobras para Maduro ganhar a eleição, o que foi rebatido pelos simpatizantes do presidente. O resultado foi divulgado seis horas após o encerramento da votação e, segundo o presidente do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), é irreversível. Ele também criticou a suposta tentativa de ataque hacker ao sistema do órgão, que é o equivalente ao Superior Tribunal de Eleitoral (TSE) no Brasil.

O resultado da eleição está sendo contestado pela oposição, que alega que houve fraude para que Maduro vencesse, já que as pesquisas de boca de urna que fizeram apontaria vitória com larga margem de Edmundo Gonzáles.  Segundo a oposição, o CNE é controlado por Nicolás Maduro e o resultado foi divulgado sem que tivessem acesso aos números.


Por Tina DeBord

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