Advogado contesta informação que fazenda invadida estava abandonada e prova que ela é produtiva

Ele afirma que isso é uma mentira e vai mover ação contra quem está propagando a falsa informação e ainda incentivando a invasão de terra na cidade. A fazenda Paloma,  localizada na VS 10,  foi invadida há mais de 25 dias e vem sendo depredada pelos posseiros. A Justiça já concedeu reintegração de posse, que deve ser cumprida a qualquer momento 

Parauapebas/PA - O  advogado Claudion Morais Farias desmente a informação que está sendo veiculada pelas redes sociais que a Fazenda Paloma estava abandonada e, por isso, foi alvo de invasão. Ele reafirma que a propriedade é toda documentada e é produtiva, como prova mostrando as benfeitorias e o rebanho de gado de corte que há na fazenda, que pertence ao pecuarista Darcio Moreira de Oliveira há 38 anos.

A Fazenda Paloma está localizada na VS 10 (Gleba Taboca) com limites e acesso pela PA-160, em Parauapebas, no sudeste do Pará. O pecuarista é um dos pioneiros do município.  

"A fazenda é produtiva, tem toda a documentação comprovando isso, assim como temos as provas, como a criação de gado de corte, assim como benfeitorias, mostrando que ela é uma propriedade bem cuidada, assim como tem funcionários trabalhando. Nós estamos mostrando as provas e desmascarando essa mentira que estão veiculando nas redes sociais", frisa Claudion.

Ele também mostra a reintegração de posse da área, já concedida pela Justiça, e diz que é questão de tempo para que ela seja cumprida. "Eu acredito na Polícia Militar, que ela irá cumprir o seu papel, assim como acredito na Justiça. Tanto eu quanto os proprietários da terra", ressalta o advogado, que adverte aqueles que estão sendo incentivados a invadir, assim como comprar terra ocupada ilegalmente.

"Tenham bastante cuidado, para não cair em falácias. Eu, por exemplo, não defendo interesse, eu defendo o direito. Quem tem direito, eu defendo. Por isso que nós [seu escritório de advocacia] temos sucesso nas ações, porque não defendemos interesses, defendemos quem tem direito. A Justiça hoje é muito honesta e nós acreditamos nisso, tanto que já foi concedida a reintegração de posse, sendo questão tempo a ordem ser cumprida", pontua.

Sobre o incentivo a invasão, como no vídeo em que é dito que a fazenda estava abandonada, Claudion Morais é enfático. Estão cometendo crime, como previsto no Código Penal. "Tem gente incentivando e também tem gente financiando, que já sabemos quem é, inclusive temos placas de veículos, assim como imagens de tratores [financiados] abrindo estrada na fazenda para os invasores. Temos tudo documentado e essas pessoas vão sim ser responsabilizadas, porque cometeram crime e não vamos deixar impune", afirma o advogado.

Ele destaca que invasores, incentivadores e financiadores estão causando uma série de transtornos aos proprietários, assim como aos funcionários e aos animais da fazenda. "Estão causando um prejuízo muito grande na fazenda, os animais estão sofrendo, porque parte do espaço onde pastam está ocupado, e essas pessoas serão responsabilizadas. Quem estive no local, vai ser responsabilizado", avisa.

Área da fazenda invadida criminosamente por supostos sem teto 

Inclusive parte dos animais precisou ser preso no curral, porque estava muito estressado devido a presença dos invasores na área onde pastam. "Nós já peticionamos na Justiça, relatando essa situação, inclusive os animais estão sendo revezados dentro da propriedade, devido a invasão. Isso causa desconforto nos animais e aos proprietários. Isso será resolvido. Inclusive queremos agradecer a Justiça pela celeridade no deferimento da reintegração de posse", acrescenta.                

Quanto aos que já estão tentando comprar lotes na fazenda, oferecidos criminosamente pelos que vivem da indústria da invasão, ou seja, vivem de invadir terra para depois vender, ele também faz um alerta. "Não façam isso. Vocês vão perder o dinheiro, não vão conseguir a terra e ainda serão responsabilizados cívil e criminalmente", diz.

O advogado observa que também irão perder o dinheiro da 'vaquinha' que estaria sendo feita para pagar advogado, objetivando ficar no local. "Já perderam, porque a Justiça já ordenou a reintegração da área. (Confira abaixo à integra da entrevista do advogado ao NNC) 

   

Gerente relata preocupação e tristeza por ver  fazenda ser depredada

Funcionário antigo da fazenda, André Luís, que gerencia a propriedade, diz que desde que o imóvel rural foi invadido perdeu a paz e a tranquilidade. Ele relata que os animais estão estressados e já não querem nem descer para onde bebem água e nem pastar. "Por conta disso, estamos sendo obrigados a remover de um lugar para outro ou prender no curral", detalha.

"Esses que estão presos no curral já estão perdendo peso, porque se recusam a descer para beber água e pastar. Nós estamos vendo o que fazer, para que eles voltem a se alimentar, porque na área onde estavam, que foi invadida, não tem mais como levá-los para lá, enquanto permanecer ocupada", afirma.

Ele diz que durante esse tempo que trabalha na fazenda nunca tinha vivido uma situação triste e estressante como essa. "É uma situação que afeta a família, os animais e a mim, que tenho que ter cuidado redobrado, para que a propriedade não seja ainda mais depredada, assim cuidar para que os animais não sofram mais ainda. É preocupação de dia e de noite", diz o gerente, também contestando que a fazenda estivesse abandonada.

"Espero que a Justiça seja logo feita e esse povo seja retirado daí. A fazenda tem dono, é bem cuidada e os animais, assim como nós, precisamos ter paz", concluí.