No Pará os garimpos foram fechados em Curionópolis em operação realizada nesta terça-feira (16/4). As outras ações foram realizadas nesta quarta (17/4) na Bahia e São Paulo
Curionópolis/PA - A Polícia Federal fechou garimpos de ouro ilegais em operações realizadas no Pará, Bahia e São Paulo. No Pará a ação foi realizada ontem, terça-feira (16/4), em Curionópolis, no sudeste do estado. As outras ações estão sendo realizadas nesta-quarta-feira (17/4).
Pará- A Operação "Novo Eldorado" cumpriu cinco mandados de busca e apreensão em Curionópolis. Foram apreendidas cinco escavadeiras e quatro motores hidráulicos.
Os agentes estiveram em cinco pontos de garimpo e localizaram, em cada um, uma escavadeira. Em dois deles também foram apreendidos quatro motores. Tudo foi inutilizado, por conta da impossibilidade de remoção da área. O prejuízo estimado é de R$ 5 milhões aos criminosos, que ainda não foram identificados. Um aparelho celular, apreendido na operação, deve ajudar o inquérito a chegar aos responsáveis pela extração ilegal.
Segundo a PF, os garimpos de ouro ilegal têm área superior a 22 hectares. Os resíduos de garimpagem estão se sedimentando no leito dos rios da região, principalmente no Rio do Sereno. O valor do ouro extraído ilegalmente é estimado em mais de R$ 12 milhões, com impacto socioambiental de quase R$ 50 milhões. A estimativa é baseada na calculadora de impactos monetários do Ministério Público Federal.
A extração ilegal e predatória de ouro na região é responsável pela grave contaminação por mercúrio dos afluentes dos rios que abastecem a região, bem como a contaminação do solo.
Bahia- Deflagrada na manhã desta quarta-feira, a Operação "Serra Dourada" tem o objetivo de cumprir mandados judiciais decorrentes de investigação relativa à mineração ilegal de ouro, no município de Santaluz.
Cerca de 30 policiais federais estão cumprindo oito mandados de busca e apreensão nos municípios de SantaLuz, Tucano/BA e São Paulo, expedidos pela 2ª Vara Federal Criminal da Seção Judiciária de Bahia
A ação é um desdobramento da Operação "Garça Dourada", deflagrada em 6/6/2023, quando se identificou que os investigados, há anos, praticavam a extração ilegal de ouro na região de Santa Luz, tendo evoluído no crime para a construção de laboratórios, onde recebem e refinam “rejeitos” de moagens executadas por garimpeiros ilegais, com processo químico industrial. O ouro é extraído do “rejeito” por meio do procedimento da lixiviação, com a utilização de grande quantidade de cianeto de sódio.
"Observa-se que a utilização ilícita de cianeto de potássio ou cianeto de sódio, substâncias altamente tóxicas e cuja compra e uso são controlados pelo Ministério do Exército, pode causar grande impacto para a saúde humana e para o meio ambiente local", diz a PF.
Na atual fase da investigação, foram identificados comerciantes que adquirem o ouro extraído ilegalmente na região para revenda em outros estados da Federação, em forma de barra ou já transformados em joias.
Os investigados irão responder pelos crimes de usurpação de bens da União, associação criminosa, posse de artefatos explosivos, extração ilegal de recursos minerais, uso/armazenamento ilícito de substância tóxica, perigosa e nociva e lavagem de dinheiro. As penas, somadas, podem chegar a 29 anos de reclusão.
Fonte: PF
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