Caos na Saúde de Parauapebas: Mãe pede ajuda para o filho internado no HGP que precisa urgente de cirurgia pulmonar

 A criança já está internada há 11 dias e não estaria havendo qualquer empenho da casa de saúde, que acumula denúncias de negligência médica, para transferir a criança para um hospital que realize o procedimento cirúrgico 

O pequeno Josafá precisa com urgência de cirurgia pulmonar. Ele está internado sem o tratamento adequado no HGP

Parauapebas/PA - A mãe do pequeno Josfá Warmiling  Cunha, de 2 anos de idade, está pedindo ajuda para que a criança seja transferida para um centro médico com especialista para a realização de uma cirurgia pulmonar de urgência. A criança já está há 11 dias internada no Hospital Geral do Parauapebas (HGP), no sudeste do Pará, mas não estaria havendo empenho da casa de saúde, que acumula denúncias de negligência médica e administrativa, para a transferência dela para um centro médico especializado.

Em vídeos divulgados em redes sociais, Daniele Cunha relata o sofrimento do filho, que está sentindo muitas dores. A criança teve um quadro de pneumonia agravado, com derrame pleural, e está usando um dreno para a retirada do ar do pulmão, para que o acúmulo de ar não comprima o coração e ele acabe tendo uma parada cardiorrespiratória. Apenas um pulmão está funcionando e o outro está com 30% necrosado.



"Gente, me ajuda. Quem está falando aqui é uma mãe desesperada pela ajuda ao seu filho. Meu filho está com dor nos pulmões. Só um lado do pulmão que está funcionando. Ele chora por dor onde está o dreno. Preciso que o poder público olhe por nós. Aqui tem outra criança, que está com leucemia, que precisa ir para um hospital oncológico, onde possa fazer exames mais especializados e já era para ter sido transferido, mas nada. Estamos aqui à deriva, à mercê deles [direção do HGP]. Eles tratam a gente como se não fôssemos nada.  Como se fôssemos lixo. São vidas, gente. São vidas inocentes, que precisam de um olhar de amor e carinho. Pelo amor de Deus, eu preciso de ajuda", clama Daniele.

Segundo ela, o hospital não dá informação. Ela é que tem que está indo atrás para saber como está o processo do seu filho e a resposta é sempre a mesma. Que precisa esperar.

Diante da inércia da casa de saúde e com o quadro do seu filho a cada dia piorando, ela foi hoje, quinta-feira (28/9), ao Ministério Público, assim como está divulgando o caso pelas redes sociais, porque os dias vão se passando, sendo que essa é uma cirurgia de emergência.

Segundo ela, o MPPA informou que, se até sábado (30/9), não for realizada a transferência, o hospital será notificado. Daniele ressalta, mais uma vez, que a direção do HGP é inerte para resolver o problema dos pacientes, como é o caso do seu filho e da outra criança que está na mesma enfermaria que ele. 

 "O que eles estão esperando? Meu filho piorar! Na área onde o pulmão está necrosado está criando ar dentro e ele agora está tendo febre. Febre significa que a infeção está piorando", relata.

Daniele enfatiza que, ao se informar sobre a situação do seu filho, ficou sabendo que ele tinha sido referenciado para o Hospital Regional de Tucuruí (HRT), mas a casa de saúde já teria excluído a solicitação. Ele então foi referenciado para o Hospital Regional de Marabá há três dias, mas a informação é que o HRSP não tem cirurgião torácico, que é o especialista que ele precisa.

"Meu filho está em cima de uma cama, com dor e só recebendo medicação três vezes ao dia e seu quadro a cada dia piorando mais. Se já sabem que no Hospital de Marabá não tem o especialista que meu filho precisa, porque não o transferem logo para Belém? A gente fica a mercê desse sistema deles, sem poder fazer nada, e meu filho só piorando", desabafa Daniele, pedindo socorro, para que seu filho seja logo transferindo para um centro médico, onde receba o atendimento adequado e faça o procedimento cirúrgico. 

Segundo ela, desde que deu entrada no HGP seu filho vem vivendo uma rotina de sofrimento. O primeiro dreno colocado com quatro dias caiu e foi necessário novo procedimento para colocar outro dreno. Depois de três dias desse novo procedimento, foi diagnosticado que ele estava com 30% do outro pulmão necrosado.

Ela conta que Josfá vinha sendo monitorado, mas ontem, quarta-feira (27/9), como o hospital não tem esse aparelho para atender sua demanda, o levaram para o setor de emergência, e colocaram outro aparelho que só mede a saturação. "Esse aparelho não mede o pulso, a respiração e os batimentos cardíacos do meu filho. Ele está com os eletrodos no pulmão, desde ontem, mas não está funcionando, porque não tem o cabo para ligar a máquina. Ou seja, cada dia a coisa fica pior", denuncia. 

O Hospital Geral de Parauapebas, que era para ser referência na região de Carajás, tem registrado inúmeros caso suspeitos de negligência médica e também administrativa. São vários os casos denunciados de mortes de pacientes, como criança e bebês, assim como de parturientes na casa de saúde. Alguns casos estão sendo apurados pela Polícia Civil.

O NNC tentou, mas não conseguiu contado com o HGP para ouvir a versão do hospital sobre mais uma denúncia feita. O espaço, no entanto, está aberto para o posicionamento da casa de saúde.


Por Tina DeBord 

Comentários