O vereador, que é vice-presidente da Câmara Municipal da cidade de Arame, no Maranhão, segue foragido. A PC divulgou a foto dele no Disque-Denúncia e pede ajuda para localizá-lo
Arame/MA - A Polícia Civil do Maranhão concluiu, nesta quinta-feira (27/4), inquérito policial e indiciou o vereador da Câmara Municipal de Arame, Edinilton Silva Rodrigues, que é conhecido como "Bodó', do PDT, por tentativa de feminicídio contra a ex-companheira dele. Crime ocorreu no dia 25 de março deste ano.
Vice-presidente da Câmara de Arame, "Bodó", que está com prisão preventiva decretada pela Justiça, está foragido. A PC divulgou a foto dele no Disque-Denúncia e pede ajuda para localizá-lo.
A Polícia Civil relata, na conclusão do inquérito, conduzido pela delegado Tiago Castro, que no dia 26 de março de 2023, a Delegacia de Polícia Civil da cidade de Arame recebeu informações sobre a entrada de uma mulher na urgência do hospital dessa cidade, vítima de violência doméstica, com diversas lesões graves, dentre as quais um corte profundo no crânio, de aproximadamente 7 centímetros, diversos hematomas na face e em outras partes do corpo.
No mesmo dia, a Polícia Militar empreendeu diligências para localizar o suspeito das agressões, informando para a Polícia Civil, por meio de Boletim de Ocorrência informativo, que o autor dos fatos não foi localizado.
Diante da gravidade da situação, de imediato foram realizadas diligências pela Polícia Civil para apurar o delito, "ocasião em que verificamos que as agressões foram cometidas pelo companheiro de união estável da vítima, o nacional Edinilton Silva Rodrigues, conhecido pela alcunha de "Bodó ", vereador da cidade de Arame".
Foi instaurado inquérito policial e expedido ofício para realização de exame de corpo de delito e acompanhamento psicológico para a vítima, realização de oitivas e demais diligências de praxe por parte da polícia judiciária, para apurar o fato criminoso.
Em razão do histórico de violência e ameaças contra a vítima, a Polícia Civil representou pela prisão preventiva do investigado, bem como pela busca e apreensão domiciliar em seus endereços, para cumprir o mandado de prisão e colher outros elementos informativos. O pedido foi acatado pelo Juiz de Direito, após favor parecer favorável do Ministério Público.
As diligências para cumprir os mandados judiciais de busca e apreensão e prisão preventiva, foram realizadas no dia 31 de março de 2023, ocasião em que o investigado não foi localizado, encontrando-se atualmente em local incerto e não sabido.
A Polícia Civil deu ainda apoio a vítima para retirada de seus objetos pessoais da residência onde essa vivia com o agressor e onde se deram os fatos, com amparo na Lei Maria da Penha, sendo tomadas todas as medidas legais para a proteção da vida, integridade física e psicológica da vítima.
O inquérito policial, instaurado inicialmente para apurar a ocorrência do crime de tentativa de homicídio qualificado, pelo feminicídio e asfixia, foi concluído na presente data, 27 de abril de 2023, observando-se o prazo legal do Código de Processo Penal (30 dias).
Foi ainda expedido ofício para Câmara dos Vereadores da cidade de Arame, informando a situação do parlamentar foragido. "A Polícia Civil reforça seu compromisso perante a sociedade, especialmente para prevenir e reprimir quaisquer atos de violência doméstica e familiar contra vítimas mulheres", desta a PC, no relato enviado ao Ministério Público.
Agora cabe ao MP denunciar ou não o vereador à Justiça pelo crime do qual agora é indiciado.
Em depoimento a polícia, a vítima, de iniciais S.S.O, detalhou que "Bodó" não aceitava o fim do relacionamento e insistia em reatar o relação, mas ela negou qualquer possibilidade de nova convivência. Já planejando matá-la, o vereador a chamou para ir até a casa onde moravam, sob a justificativa que era apenas para pegar suas coisas e ir embora.
No entanto, ao chegar na residência, ele começou as agressões. A jovem conta que o vereador a jogou no chão e saiu puxando seus cabelos da sala até o quarto da casa, a imobilizou e passou a bater a cabeça dela no chão por diversas vezes, causando um corte profundo.
Não satisfeito, o vereador "Bodó" colocou um pano em sua boca para asfixiá-la, fazendo com que ela desmaiasse. A vítima só recobrou a consciência quando estava na casa de seus avós e já estava vestida com outra roupa. Ela foi em seguida levada para o hospital.
Medo
A mulher relata que as agressões e ameaças eram frequentes e que ela tinha medo de denunciar, uma vez que ele afirmava que mataria toda a sua família.
Por Tina DeBord
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