PJ Agrária realiza em Altamira fórum com sociedade civil sobre educação no campo

A reunião contou com a participação de mais de 40 instituições dos setores público e privado


Altamira/PA - Representando o Ministério Público do Estado do Pará (MPPA), a promotora de Justiça Agrária da IV Região, Renata Valéria Pinto Cardoso, realizou reunião do Fórum Permanente do Ministério Público com a Sociedade Civil para as Questões Agrárias e Fundiárias. O evento aconteceu no auditório da Associação dos Municípios do Consórcio Belo Monte em Altamira, nos sudoeste do Pará

A reunião teve a coordenação da Promotoria e participação de mais de 40 instituições dos setores público e privado. O tema central foi a “Educação do Campo, das águas e das florestas: desafios e perspectivas para os municípios da IV Região Agrária”.

Na ocasião foram discutidas a alimentação escolar e alimentação tradicional nas escolas - PNAE; Funcionamento das Escolas do Campo: desafios e perspectivas para a gestão municipal; e Educação e Sistema Educacional Interativo - SEI. Além da roda de diálogos, foi realizada exposição de produtos oriundos da agricultura familiar da região e servido lanche com produtos locais.  

A reunião

Após a abertura feita pela Promotora de Justiça Renata Valéria Cardoso, que reforçou a importância do debate, houve a fala da doutora em ciências humanas, Samatha Buguilone, a qual pontou que “educação é falar sobre pessoas”. Samantha indagou sobre a forma como a educação no campo vem sendo feita e  ressaltou que que “ninguém ensina nada para alguém, mas sim dar potência para aprender.”

Além disso, cerca de vinte pessoas, entre membros de entidades, órgãos, movimentos e moradores falaram no fórum. Dentre eles, Maria Helena, do Movimento Xingu Vivo. Ela enfatizou que existem escolas em péssimas condições; que deve ser olhado não somente para a merenda escolar, mas para o todo, principalmente para zona rural e as comunidades ribeirinhas; e que precisa olhar para o espaço onde as crianças vão estudar.

Já Marcos Formigosa, professor da UFPA, falou da necessidade de fortalecimento das escolas de ensino médio no campo e da vulnerabilidade de meninas oriundas das comunidades que acabam por deixar de estudar ou vão para outros locais, muitas vezes longe da família e ficam expostas ao trabalho infantil doméstico e à violência sexual.

A representante do Conselho Municipal de Senador José Porfírio, Ioleth Araújo, relatou as dificuldades do transporte escolar e da falta de porteiros e profissionais para preparar a merenda bem como a ausência de câmeras de segurança.

Pelo Fórum Estadual de Educação do Campo, Carlos contou que muitos dos professores acabam exercendo outras funções para além da docência, e que isso sobrecarrega principalmente os professores que vão morar nas escolas ou nas comunidades próximas.

O integrante do Incra, Danilo, ressaltou que a falta de escola é um grande problema que acontece na zona rural que reflete no sucesso de projetos dos assentamentos, que existe um fluxo grande e abandono da zona rural por causa da falta de escolas adequadas para as pessoas se manterem.

Dentre os encaminhamentos da reunião destacam-se a necessidade de fomento da associação de mulheres; melhoria do ensino ribeirinho territórios 2 e 3; capacitação das prefeituras sobre as chamadas públicas; cuidado com a alimentação das crianças com intolerância e alergia alimentar junto às secretarias;  retomar o Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera);  verificar o meio de transporte escolar, incluindo a questão do barulho do barco que o professor Marcos Formigosa enfatizou; capacitação dos professores e gestores sobre bioeconomia; e melhorar a conexão entre a UFPP e a UFPA.


Fonte: MPPA

Fotos: MPPA

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