A informação foi divulgada por Rodrigo Agostinho, presidente do Ibama, em entrevista à GloboNews neste sábado (25/2). Maior território indígena do Brasil enfrenta grave crise sanitária e humanitária
Boa Vista/RR - Garimpeiros ilegais estão tentando retornar para a Terra Indígena Yanomami para buscar minérios. A informação foi divulgada pelo presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, na tarde deste sábado (25/2), durante entrevista à GloboNews.
Por conta dessa nova investida, a ordem agora é prender quem tentar entrar novamente na Terra Yanomami, a maior reserva indígena do Brasil. Por conta do avanço do garimpo ilegal nos últimos quatro anos, o Povo Yanomami enfrenta grave crise sanitária.
Segundo Agostinho, os invasores não querem deixar o minério na região e a força-tarefa do governo federal tem criado barreiras para impedir a reentrada dos garimpeiros no território indígena.
"Muitos garimpeiros, ainda no mês de janeiro, esconderam cassiterita nas áreas de garimpo, esconderam ouro. Enfim, uma série de coisas. Eles estão querendo retornar para buscar esses minérios, todos esses produtos", disse Rodrigo.
"Estão querendo sair de lá levando esses minérios e serão nesses momentos que acabará acontecendo confronto", completou.
Na última quinta-feira (23/2), garimpeiros armados furaram o bloqueio de fiscalização no território indígena e atiraram contra agentes do Ibama. Os ficais revidaram e um dos invasores foi baleado.
O Ibama informou que os criminosos atiraram contra agentes que haviam abordado uma das embarcações. Os criminosos desciam o Rio Uraricoera em sete "voadeiras" de 12 metros carregadas de cassiterita.
O carregamento de minério roubado da terra indígena foi identificado por drones operados pelo Ibama. Durante o ataque, os ficais revidaram e um dos invasores foi baleado. Após o ataque, os criminosos fugiram e o garimpeiro baleado, Gelso Barbosa Miranda, de 32 anos, foi preso pela Polícia Federal no Hospital Geral de Roraima (HGR).
O ponto de fiscalização fica na comunidade indígena de Palimiú. A região é a mesma atacada por garimpeiros armados há quase dois anos, em maio de 2021. À época, houve feridos, relatos de mortes, correria de mulheres e crianças em fuga dos tiros.
A segurança da base de controle, instalada no último dia 7, é feita por agentes da Força Nacional de Segurança Pública, da Polícia Rodoviária Federal e do Ibama.
Agostinho afirmou que o reforço na segurança da base atacada foi pedido à Polícia Federal. Ele disse que o pedido foi feito pelo Ministério do Meio Ambiente ao Ministério da Justiça.
“A ministra Marina Silva solicitou um reforço para o Ministério da Justiça -- para a Polícia Federal -- e para o Ministério da Defesa. Então, esse apoio, esse suporte, foi solicitado. Ainda ontem conversei com a Polícia Federal para que a gente possa intensificar os trabalhos, para que a gente possa unir os nossos esforços, para que possamos, de fato, enfrentar a criminalidade ambiental” , ressaltou.
O objetivo principal da base é impedir a entrada de barcos com suprimentos e equipamentos para garimpos no território Yanomami. Desde a instalação de uma barreira física com cabos de aço, no último dia 20, nenhum barco carregado seguiu em direção aos garimpos.
O cabo de aço tem cerca de 240 metros de extensão e foi instalado de uma ponta a outra no Rio Uraricoera, via fluvial mais usada pelos garimpeiros para entrar na TI Yanomami.
A instalação faz parte da ofensiva contra os invasores iniciada no dia 6 de fevereiro, quando foi deflagrada a operação para retomar o controle da Terra Yanomami. Segundo o ministro da Justiça, Flávio Dino, após ser liberado o transporte fluvial e aéreo para a saída dos garimpeiros, agora, diante das novas ações dos garimpeiros, a ordem é para prender e agir com o rigor da lei contra quem tentar retornar à Terra Yanomami.
Fonte: GloboNews
Foto: Divulgação
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