Advogado 'cai' na rede da Operação "Peixe Grande" contra comércio ilegal de ouro; operação teve origem na "Rainha do Sararé"

O advogado e outra pessoa foram presos e a PF procura por outros alvos de mandados de prisão  no município de Pontes e Lacerda e Confresa, no Mato Grosso, e São José do Rio reto, em São Paulo

Empresária conhecida como a "Rainha do Sararé


Pontes e Lacerda/MT - Um advogado do Mato Grosso, que não teve a identidade divulgada, está entre os alvos da Operação "Peixe Grande", da Polícia Federal, contra comercialização de ouro extraído ilegalmente da Terra Indígena Sararé, em Pontes e Lacerda, a 483 km de Cuiabá, capital do Mato Grosso. São cumpridos 11 mandados de prisão e busca e apreensão durante a manhã desta terça-feira (28/2).

Até agora, duas pessoas foram presas e a PF faz buscas pelos demais alvos de prisão. O núcleo da organização criminosa é investigado por extração ilegal de ouro, usurpação de matéria-prima pertencente à União Federal e sua comercialização irregular no mercado, inclusive com remessa do minério ao estado de São Paulo.

Policiais cumprem sete mandados de busca e apreensão e quatro mandados de prisão nas cidades de Pontes de Lacerda e Confresa, em Mato Grosso, e em São José do Rio Preto, em São Paulo.

As investigações decorrem de informações obtidas na “Operação Rainha do Sararé”, deflagrada em agosto de 2022. Segundo a análise dos dados financeiros, no período de menos de três anos foram identificadas mais de R$ 47 milhões em movimentações suspeitas, fragmentadas em inúmeras transações, a fim de ludibriar a fiscalização realizada pelo COAF.

Um dos alvos da Operação "Rainha do Sararé" foi a empresária Marlene Araújo, de 47 anos, conhecida como "Rainha do Sararé", é apontada como chefe da organização criminosa responsável pela extração ilegal de ouro da Terra Indígena Sararé, em Pontes e Lacerda.


Parte dos alvos da operação policial é constituída por proprietários ou sócios de empresas dedicadas à comercialização de metais preciosos, os quais se aproveitam de suas atividades lícitas para “esquentar” o minério precioso extraído ilegalmente da Terra Indígena Sararé, situada no município de Pontes e Lacerda/MT.

A ação policial tem a finalidade de descapitalizar a organização criminosa investigada, cessando as atividades criminosas direta e indiretamente financiadas pela extração ilegal de ouro, como a degradação ambiental e os danos sociais e humanitários às populações da região.

De acordo com o delegado Rodrigo Vitorino Aguiar, parte dos criminosos são proprietários ou sócios de empresas que comercializam ouro ou joias. Ainda segundo Rodrigo,  a ilicitude movimentou aproximadamente R$ 47 milhões em menos de três anos. 

O delegado destaca que atividade criminosa causa danos ao meio ambiente, poluí os rios da região e prejudica a vida dos indígenas que residem no local.


Por Tina DeBord

Fonte: PF

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