O caso trágico aconteceu no município de Cumaru do Norte, no sul do estado. O menino teve o corpo mutilado ao ser arrastado por vários quilômetros pelo cavalo que ele usava como meio de transporte para ir à escola
Cumaru do Norte/PA- Uma realidade comum em várias partes do
país, que demonstra o descaso do poder público com a educação de quem mora nas
comunidades rurais, marcou de forma trágica a vida de uma família de agricultores
do município de Cumaru do Norte, no sul do Pará. Sem transporte escolar, o filho
deles, Fernando Salomão de Lima, de 9 anos, ia para a escola, que fica a cerca
de 5 km de onde moram, na colônia 490 –
região da Serra Azul-, de cavalo.
No entanto, na última sexta-feira (27/5), às 11h30, repetindo
a rotina de todos os dias, ele saiu em direção à escola montado no cavalo. Foi
a última vez que o viram com vida. Fernando se desequilibrou e caiu do cavalo,
mas suas mãos ficaram presas a uma corda, amarrada a sela do animal, que seguiu
correndo, passando por um pedral, um córrego e por pedaços de pau jogados na
estrada.
Só algum tempo depois, colonos que residem na região viram o
cavalo correndo e arrastando algo. Eles então observaram que era um menino e viram
que era Fernando, que já estava sem vida.
O Cavalo só parou quando o corpo da criança enganchou em um
pau. O corpo ficou totalmente mutilado. Ao longo do caminho foram encontrados o
calçado e a mochila de material escolar da criança.
Indignação: A
morte de Fernando causou muita comoção e indignação. Os moradores da região dizem
que há muito tempo pedem ao prefeito de Cumaru do Norte, Célio Marcos, o “Nego”
(MDB), que disponibilize transporte escolar para a comunidade. Os alunos da localidade
vão à escola a pé, de moto ou a cavalo e os acidentes seriam frequentes. A
Prefeitura de Cumaru do Norte ainda se manifestou sobre a tragédia, causada por
falta de transporte escolar. Uma vergonha, já que há verba do governo federal
para isso.
Dinheiro que muitas vezes é desviado para outras ‘finalidades’,
como ocorre no Tocantins, onde a Polícia Federal vem investigando o caso e já
realizou duas operações, onde já apurou que o recurso que era para dar transporte
digno às crianças, ia parar no bolso de políticos e empresários, que usavam para
fazer festas luxuosas e comprar presentes caros.
Por Tina DeDord
Informações: AN10
Foto: Divulgação
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