A indústria tem capacidade instalada de 288 milhões de litros de biodiesel/ano, utilizando como principais matérias-primas o óleo de palma e sebo bovino
Instalada no município de Tomé-Açu, na região nordeste do estado,
a indústria tem capacidade instalada de 288 milhões de litros de biodiesel/ano,
utilizando como principais matérias-primas o óleo de palma e sebo bovino. Os
investimentos já realizados ultrapassam os R$ 185 milhões, e o faturamento
estimado é de R$ 405 milhões/ano, com uma folha de pagamentos de R$ 1,6
milhão/ano e geração de 112 empregos diretos, sendo 70% em Tomé-Açu,
colaborando com o desenvolvimento regional.
Incentivado pelo governo do Pará, que garantiu a concessão
de benefícios fiscais tendo como uma das contrapartidas a geração de emprego e
renda no estado. O empreendimento, desde as primeiras tratativas, contou com a
atuação da Sedeme e da Codec, órgãos da área de desenvolvimento econômico da gestão
estadual.
José Fernando Gomes Júnior, titular da Sedeme, ressaltou a
importância do empreendimento para o Pará e destacou o empenho do governo em
apoiar o novo negócio. “Esse é um momento único para o Pará, um momento de
muita relevância para todos nós, porque é a consagração de um trabalho que
desde o início teve a participação do governo, inclusive com a participação do
nosso governador na primeira reunião. Depois, seguimos com as tratativas para
os incentivos fiscais, que saíram acima do esperado. Em breve, a logística será
fortalecida com a conclusão das obras da estrada e conclusão das pontes. Isso
tudo, só é possível, porque temos hoje um ambiente de negócios como nunca antes
no nosso estado”, afirmou.
Marcos Boff, presidente do Grupo Oleoplan, enfatizou que a implantação é um marco para a empresa e para o estado, que passa a contar com a produção local de biodiesel. “A implantação da usina aqui em Tomé-Açu é um marco para a Oleoplan que, acredito, seja para o estado do Pará também, porque até então o estado sempre importou todo o biodiesel que consumiu. A gora vai passa a ter uma produção local, inclusive com capacidade para de tornar exportador para outros estados. Nesse processo de implantação aqui da usina, desde o início, o governo do Pará foi super colaborativo. Encontramos aqui um ambiente de negócios super aberto, facilitador, que permitiu que a gente fizesse a implantação em um tempo recorde, porque a gente conseguiu colocar o projeto de pé em um ano. Agora, começamos a entregar biodiesel com apoio e incentivo do estado e com um futuro promissor”, destacou.
Para o prefeito de Tomé-Açu, Carlos Vieira, a chegada do empreendimento reforça o potencial do estado para atração de investimentos. “É muito importante essa inauguração, não só para Tomé-Açu, mas porque é a primeira usina de biodiesel da nossa região. Isso prova que o nosso estado tem um potencial muito grande em todas as áreas da cadeia produtiva, como pecuária, extrativista e agora no biodiesel. Parabenizo o pessoal da Oleoplan, que acreditou nesse projeto e o desenvolveu. Que isso possa se multiplicar pelos outros municípios do nosso estado”, ressaltou.
De acordo com a Oleoplan, o Brasil produz mais de 6 bilhões de litros de biodiesel por ano. Desse total, 166 milhões de litros (2,6%) tem a palma como principal matéria-prima e outros 576 milhões de litros o sebo bovino. O Pará, como maior fornecedor nacional de óleo de palma e importante supridor de gorduras animais, terá, a partir de agora, suas cadeias produtivas agroindustriais verticalizadas com a chegada do empreendimento.
A produção de biodiesel via transesterificação dos óleos
vegetais e gorduras animais (rota tecnológica de produção do biodiesel)
caracteriza-se como último elo ainda inexistente dentro do estado do Pará. É
uma atividade estratégica para que a cadeia de suprimentos esteja completamente
operante em solo paraense.
Atualmente, o óleo de palma produzido pelas agroindústrias
paraenses supre unidades de biodiesel localizadas principalmente nos estados da
BA, GO, SP e TO. Ou seja, o óleo percorre mais de 2.000 km até ser transformado
em biodiesel, resultando em perda de eficiência logística e aumento de emissões
de Gases de Efeito Estufa. Assim, a operação da Oleoplan Pará irá aproximar a
demanda do óleo de palma de seu suprimento.
Segundo a empresa, a região Norte opera com déficit de 420
milhões de litros/ano de biodiesel (produção próxima aos 150 milhões de litros
de biodiesel/ano e consumo aproximado de 560 milhões de litros/ano). O Pará,
como maior consumidor de diesel B da região, não produzia biodiesel. O projeto
da Oleoplan Pará altera sensivelmente esse quadro deficitário, transformando o
estado em um importante supridor de energia renovável. Devido sua localização
estratégica, o Pará possui todas as características necessárias para se tornar
um hub logístico de produção e distribuição de biodiesel, tanto para a região
Norte quanto para a Nordeste.
Ainda de acordo com a empresa, o biodiesel produzido a
partir do óleo de palma emite 72% menos Gases de Efeito Estufa em comparação ao
diesel mineral. Se produzido a partir de resíduos – como o óleo de fritura
usado ou as gorduras animais – a redução das emissões atinge patamares de 94%.
Assim, as operações da Oleoplan Pará inserem o estado nas discussões
internacionais sobre transição energética.
Fonte: Sedeme
Foto: Ascom Sedeme
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